terça-feira, 5 de novembro de 2013

"A era das desculpas acabou", adverte o Gartner

Convergência Digital - Hotsite Cloud Computing 
:: Ana Paula Lobo :: 04/11/2013
Depois de muitos anos, as prioridades dos gestores de TI no Brasil são semelhantes às dos CIOs no mundo. Nas três primeiras colocações para 2014 despontam: Analytics e BI, mobilidade e computação em nuvem. E se até bem pouco tempo o Brasil estava atrasado, análises preliminares do Gartner - o estudo final será conhecido em dezembro - os gestores de TI, enfim, descobriram que computação em nuvem não rivaliza nem tira 'poder de gestão'.

"Houve uma aceleração com investimentos em computação em nuvem no Brasil. É fato também que ainda temos uma barreira de entrada que é a infraestrutura de Telecomunicações. Mas ela está sendo melhorada, principalmente nas grandes cidades", informou Cassio Dreyfyss, analista e chairman do Gartner.

Os números de computaçaõ em nuvem ainda são preliminares, mas são relevantes. Os gastos com nuvem pública, por exemplo, que em 2013, devem chegar a US$ 1,8 bilhões, no Brasil, vão pular significativamente para U$ 5 bilhões, em 2017. "O mundo está mudando radicalmente. A nova economia digital impõe que custos com infraestrutura não sejam mais prioridade", informa Donald Feinberg, vice-presidente e analista distinto do Gartner, que participou de coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, 04/11, na capital paulista.

Feinberg, ao ser indagado sobre a participação das operadoras de Telecom no mercado de computação em nuvem no Brasil, deixou claro que elas estão, sim, começando atrasadas, mas elas detêm um ativo crucial para o sucesso dos serviços por demanda: a conectividade. "As teles podem desenhar um novo mercado para cloud em 2014. Até porque é fato que as pequenas e médias empresas vão migrar para a nuvem. Para o SMB, gastos com infraestrutura não fazem mais sentido. O modelo de negócios, definitivamente, mudou", completou.

Ao serem indagadas sobre o governo e o uso da nuvem, Ione Cocco disse que os passos ainda são lentos, mas apresentam um certo progresso. "O governo está olhando uma cloud privada. O que é bom. Serpro e Dataprev estão montando seus serviços. Eles também precisam começar. Na verdade, todos têm de começar. Não pode e ficar fora por qualquer desculpa", completou.
O Gartner promove esta semana em São Paulo, o Gartner Symposium/ITExpo, onde reúne os principais líderes de TICs do país. Mais informações, acessem: wwww.gartner.com/br/symposium.

Brasil avança em cloud computing, avalia Gartner

Estudos preliminares indicam que mercado brasileiro movimentará cerca US$ 2 bilhões com serviços de cloud computing em 2013. Para 2017, os negócios chegarão em torno de US$ 4,5 bilhões.

Estudos do Gartner estimam que o mercado brasileiro movimentará cerca US$ 2 bilhões com serviços de cloud computing em 2013. Para 2017, os negócios nessa área mais que vão multiplicar no País e gerar uma receita de aproximadamente US$ 4,5 bilhões, segundo previsões apresentadas durante o simpósio Gartner/ITxpo 2013, que abriu hoje (4/11) e se estende até quinta-feira (7/11), no World Trade Center (WTC), em São Paulo.
Ao analisar o estágio dos serviços em nuvem no Brasil, Cassio Dreyfuss, chairman e keynote do Gartner/ITxpo 2013, avaliou que as empresas estão mais receptivas a esse modelo de contratação de TI. “Estudos preliminares indicam avanço de cloud computing no País. Os CIOs estão percebendo que cloud é inevitável”, afirmou o executivo.
Entretanto, Dreyfuss observa que a falta de infraestrutura de telecomunicações fora dos grandes centros ainda é uma barreira para expansão desse modelo no Brasil. Ele lembrou de um CIO que disse que implementou um projeto de nuvem, mas que precisou contratar um link privado por não ter outra opção onde está instalado. “Isso não é cloud computing”, comentou o analista do Gartner.
Apesar de reconhecer que a conectividade é um obstáculo para nuvem no Brasil, Ione Coco, responsável pelo programa de CIO do Gartner Brasil, alerta que esse problema não deve ser uma desculpa para projetos de cloud. Sua recomendação é: “comece pequeno, mas faça. Não reclame da falta de infraestrutura”, aconselha.
Pesquisa do Gartner apresentada por Donald Feinberg, analista da consultoria no Brasil, aponta que cloud computing está em terceiro lugar no ranking de prioridades dos CIOs da América Latina em 2013, depois de soluções para análise de dados e mobilidade. A posição é semelhante ao do mercado mundial. Segundo o analista, o Brasil também segue essa ordem, o que sinaliza que o País está em sintonia com o resto do mundo.
Dreyfuss lembra que normalmente o gap de adoção de novas tecnologias pelo Brasil é de três anos. Porém, no caso dessas últimas, o mercado brasileiro está seguindo praticamente o mesmo ritmo. “Existe uma pressão grande que as empresas invistam em novas tecnologias para serem mais competitivas”, constata o analista do Gartner.